Arqueologia do Forte do Pau Amarelo

Archaeology of the Fort of Pau Amarelo

O Forte de Pau Amarelo localiza-se a de 16 km ao norte de Olinda e junto à Praia de Pau Amarelo. Possui as seguintes coordenadas Latitude: 007° 54' 36,8" Sul e Longitude: 034° 49' 22,2" Oeste.

A Enseada de Pau Amarelo, localizada ao norte de Olinda, em razão de sua capacidade de desembarque, inspirava cuidados pelo menos desde o início do século XVII. Quando Governador (1620-26), Matias de Albuquerque buscou instalar no local uma bateria. Abandonada e desarmada, não pode ele contar com aquela bateria para se opor ao desembarque holandês que ali ocorreu em 1630.

Mesmo após a Restauração, inúmeras foram as solicitações para construção de uma estrutura defensiva capaz de guarnecer aquele trecho da costa. Entretanto, apenas em 1703, através de carta régia, foi determinada a construção de um forte naquela enseada. Para tanto, foram definidos os fundos a serem utilizados, tudo oriundo da própria capitania. Junto com a carta vieram também as plantas e as notas referentes à fortificação a ser construída, elaboradas em Portugal, por Francisco Pimentel.Sabia-se que tais plantas poderiam vir a ser modificadas, de modo a 'melhor se acomodarem ao terreno', a critério do Sargento-Mor, engenheiro, de Pernambuco.

Mas cogitava-se, sobretudo da possibilidade de construir a fortificação sobre os arrecifes da barra do Pau Amarelo, e não na praia. Era uma proposta apresentada por D. Fernando Martins Mascarenhas de Lencastre, considerando que, mais próximo à barra e às barretas, a artilharia do forte atuaria em melhores condições. Construir o forte na laje, era apenas uma poposta a ser considerada, não uma determinação. A construção do forte, era a determinação.

Mas nem tão cedo a determinação foi cumprida. O início das obras remonta ao ano de 1729 (ou 1719, para alguns autores), tendo-se trabalhado nelas até 1738. Apesar do longo período em obras, o conjunto não foi concluído. Em 1745, uma 'notícia' da fortificação dava conta de que apenas uma parte fora edificada: uma bateria e dois meio baluartes, além de uma outra muralha de bateria, que servia para dar sustentação ao terrapleno, ainda não concluído. Os quartéis, cobertos de palha, abrigavam o corpo da guarda, a cozinha, o paiol, e o depósito de apetrechos de guerra. Naquela ocasião, o forte montava 4 peças de artilharia, e dispunha de um condestável com uma guarnição de 5 soldados fuzileiros e 2 artilheiros.

Mesmo em 1762 as obras projetadas ainda não haviam sido concluídas. Uma planta datada daquele ano traz, em sua legenda, informações relativas às condições do forte àquela época: o revelim não fora construído e o fosso não fora aberto. As obras são reiniciadas, e uma planta do ano seguinte (1763) mostra o quanto do fosso já fora concluído e o que restava por fazer.

Mais uma vez as obras não foram concluídas. Em 1808, volta-se a projetar a conclusão do Forte de Pau Amarelo (ou a sua reconstrução), e uma nova planta é enviada a Portugal, sem que contudo fossem tomadas providências.

Apesar de não ter sido concluído na íntegra, o forte continuava ocupado, artilhado.

Em 1801, em Pau Amarelo, estavam montadas 12 peças de calibre 10 a 40 e em 1817, a sua artilharia constava de 3 peças de bronze e 24 de ferro, com uma guarnição de 14 praças, sob o comando de um tenente.Ao longo do tempo, o Forte de Pau Amarelo sofreu modificações e, em 1880, apresentava forma trapezoidal.

Segundo uma descrição feita pelo Major Salvador Coelho de Drumond e Albuquerque, em 1866, o forte era constituído por uma muralha e duas guaritas voltadas para o mar. Sobre o terrapleno, calçado em cantaria, haviam 9 banquetas e 6 canhoneiras, estando as 8 peças de artilharia que se encontravam no forte, quase todas desmontadas. Os quartéis, calabouço, paiol abobadado e casas para o comando e a arrecadação, assim como sua capela se encontravam em bom estado.

Desarmado e abandonado, o forte entrou em processo de arruinamento. Em 1973, foi restaurado pelo DPHAN (IPHAN, atualmente) em ação conjunta com o Exército.