Arqueologia do Forte de Tamandaré

Archaeology of the Fort of Tamandaré

  • Nome histórico: Fortaleza da Barra Grande.
  • Designação popular: Forte de Tamandaré.
  • Outras designações históricas:
    • Forte de Tamandaré;
    • Forte de Santo Inácio;
    • Fortaleza da Barra Grande;
    • Fortaleza Tamandaré;
    • Fortaleza de Tamandaré.
  • Número de registro do sítio UFPE/LA: PE 0018-Ls.
  • Referências / identificação: Referência documental; localização conhecida.
  • Capitania: Pernambuco.
  • Estado: Pernambuco.
  • Município: Tamandaré.
  • Localização: Praia de Tamandaré.
  • Localidade: Entrada da cidade.
  • Latitude: 008° 45' 26,3" Sul.
  • Longitude: 034° 06' 00,5" Oeste.
  • Histórico

    A barra de Tamandaré constituía um dos melhores portos da Capitania de Pernambuco. Melhor mesmo que aquele do Cabo de Santo Agostinho, pois era capaz de receber navios de maior calado. Chegou-se mesmo a afirmar que aquele porto natural seria capaz de abrigar 'de todos os ventos', navios de 18 pés de calado. Uma análise mais detida de suas condições considerava que, na enseada de Tamandaré, haviam duas áreas com condições distintas para servir de ancoradouro. As duas 'baixas' ofereciam condições distintas e opostas, em relação ao abrigo e a profundidade de suas águas. Na porção norte, um porto abrigado dos ventos, a pequena distância da praia, atingia a profundidade de 8 a 9 metros. Entretanto era de pequenas dimensões, o que fazia com que não pudesse receber navios que exigissem tal profundidade. Na realidade seria capaz de receber navios bem menores.

    A outra baixa, esta desabrigada, não deveria receber navios maiores.

    Guardando este porto, existira, em 1630, um pequeno forte (Forte de Santa Cruz), construído pelos luso-brasileiros.

    Em 1635, Domingos Luís, um experiente piloto desta costa, teria recomendado que as tropas de D. Luís Rojas Y Borja, desembarcassem em Tamandaré, pois ali "poderiam surgir entre 30 e 40 galeões".

    Com o fim da Resistência, todo o litoral de Pernambuco ficou sob o domínio holandês.

    Quais relações de continuidade teria havido entre o Forte de Santa Cruz e o Forte de Tamandaré, é um assunto ainda não totalmente esclarecido. É possível que tenha sido ocupado e talvez ampliado pelos holandeses.

    Há referências de que em 1646, durante a Campanha da Restauração, João Fernandes Vieira teria erguido em Tamandaré uma fortificação para guarnecer o porto, e dar abrigo às embarcações portuguesas, constantemente perseguidas pela frota holandesa no litoral de Pernambuco. Mas em 1649 era sugerido concentrar a navegação (portuguesa) da Capitania no porto de Tamandaré, por 'ser capaz dos maiores navios que há', e que, para tanto, deveria ser convenientemente fortificado.

    Ainda durante a guerra holandesa, o forte foi atacado e ocupado pelos batavos, mas em seguida foi recuperado.

    O Forte de Tamandaré foi reconstruído em 1812 por ordem do Governador Capitão-General Caetano Pinto de Miranda Montenegro.

    Em 1808 foi melhorado.

    Em 1822 sofreu novos reparos.

    Em 1880 estava armado com 18 peças e foi considerado fortificação de segunda classe.


    • Quanto ao tombamento: Não é tombado.
    • Ocupação atual do sítio: Ocupado com outra função: farol, residência (faroleiro). Aberto à visitação pública.
    • Condições para visitação: Em área pública, de livre acesso.
    • Restrições à visitação: Horário.
    • Estado de conservação: Estado parcial (<75% >25%).
    • Natureza dos remanescentes: Estruturas arquitetônicas em pedra.
    • Tipo de trabalho realizado: Prospecção arqueológica e plotagem, documentação fotográfica.
    • Fatores de destruição: Agentes naturais e agentes antrópicos.
    • Nível de risco de destruição: Fatores de risco: Agentes naturais e antrópicos.
    • Condições / recomendações p/ escavação: Plenas condições para escavação, sobretudo na praça de armas, terraplenos e no exterior do forte. Recomenda-se não executar obras antes da realização de escavações arqueológicas, haja vista o interesse histórico/científico do forte.
    • Medidas sugeridas: Gestões junto à Prefeitura, para que coordene o aproveitamento do forte, com base em uma assessoria técnica, que oriente as ações de manutenção e conservação do forte. O forte vem sendo mantido relativamente livre da presença de árvores em suas paredes. Entretanto, necessita de limpeza do matagal (visto do mar) ao redor para aumentar a visibilidade do monumento. Sobretudo ocupação do espaço e inclusão em roteiros turísticos. Por outro lado, sua utilização sem que haja um treinamento dos promotores de eventos no sentido da preservação das estruturas, possivelmente trará problemas de descaracterização do forte, haja vista que, na tentativa de oferecer uma "melhor" aparência às ruínas, os portais e as grades das janelas, em cantaria, foram caiadas. Do ponto de vista de preservação das estruturas, seria importante a realização de obras de consolidação das estruturas externas, e a restauração interna.
    • Data da última avaliação: 26/09/97.
    • Fotografado em: 29-Set-97.